Floresta
Sobrevivendo na subjetividade do
sujeito.
Uma relíquia padece entre fumaça e
fogo, vive nas diferenças dos diferentes olhares.
Sou agricultor, poceiro, mulher
mata, biodiversidade, a salvação da nossa pátria.
Árvore, cheiro, orvalho e vidas
sofrem com as neuroses;
Verde ameaçado
Sem a originalidade da sua
essência, o rosto não apresenta o mesmo brilho.
A caminhada diminui.
Já tive a plenitude deste universo
Dividiram-me em pedaços. Uma
artrose atrapalha-me.
Dores, desejos, afetos...
Contrariam meus pensamentos.
Ainda tenho amor, não sei se ainda
saberei amar.
Revolta não, solidão talvez!
Já fui serena quando a mocidade me
possuía. Flores ao me apaixonar.
Quando me virão bela devoraram-me
intencionalmente.
Resta o silêncio que sobrepõe os
meus desejos.
O que importa se ninguém se importa
com a minha dor.
Estou sem perspectivas, embora
saiba que a salvação é necessária.
Eu ainda respiro beleza. Me salva,
me conquiste, me ame, eu sei devolver amor.
Eu sou Terra, ar, água e vida, eu
sou gente.
Meu nome é Floresta.